sexta-feira, 12 de março de 2010

Dom Helder: uma história de amor (parte IV)

Era 1952 e dom Hélder Câmara vivia no Rio de Janeiro. Em abril desse ano, foi nomeado bispo auxiliar da cidade – para desenvolver o trabalho junto com o titular, dom Jaime de Barros Câmara. Outro acontecimento marcou o 1952 de dom Hélder: ele participou da fundação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Depois de várias reuniões episcopais para definir a base da entidade, a criação efetiva da CNBB se deu em 14 de outubro de 1952. Dom Hélder assumiu o cargo de secretário-geral e, colocando a mão na massa imediatamente, no dia seguinte desdobrou o secretariado em seis áreas de atuação: Ação Social, Apostolado Leigo, Educação, Ensino Religioso, Liga Eleitoral Católica e Seminários e Vocações Sacerdotais.

O objetivo da CNBB, para dom Hélder, era fazer o episcopado atuar de forma conjunta e articulada e renovar a relação entre a Igreja e as comunidades, levando os religiosos a promover atividades educativas e sociais onde houvesse necessidade. A luta pela justiça e pela cidadania, que até então era praticamente particular do religioso, ganha a dimensão de todo um país, com o surgimento da Conferência.

A entidade passou a trabalhar, não sem a resistência dos religiosos tradicionalistas, por uma ordem social mais justa. Isso só seria possível a partir de uma nova forma de atuação dos cristãos, com maior influência sobre a vida dos fiéis, dos leigos. A criação da CNBB só foi possível a partir do talento e da articulação de dom Hélder Câmara.

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