sábado, 15 de janeiro de 2011

Os passos do Pastor (parte 1)

Esta é a trajetória de um religioso, um homem do mundo e irmão dos pobres, na cidade do Recife em tempos de chumbo, em horas de agonia, quando era indispensável guiar seu rebanho na busca da esperança e da retomada da democracia.

Os Passos do Pastor não é a biografia de dom Helder Câmara, mas com certeza é um conjunto de flashes, momentos de uma vida rica que modificou a Igreja no Nordeste e no Brasil, e para além disso, sensibilizou os grandes do mundo.

O papa João Paulo II o chamou de “irmão dos pobres e meu irmão”, talvez porque mesmo na informalidade com que vestia sua condição de arcebispo, dom Helder nunca se afastou dos princípios da Igreja, apenas assegurou-se mais fortemente daqueles que exigem o exercício da caridade e do amor aos mais necessitados.

Helder Pessoa Câmara, que ficou conhecido como ícone da paz e irmão dos pobres, nasceu no dia 7 de fevereiro de 109, um domingo de Carnaval, em Fortaleza, Ceará. O pai, João Eduardo Torres Câmara Filho, era guarda-livros e crítico teatral. A mãe, Adelaide Pessoa Câmara, professora primária. Dos 13 filhos do casal, cinco morreram em 29 dias em conseqüência de uma epidemia de difteria.

O décimo primeiro filho recebeu o nome de Helder por escolha do pai, após descobrir um dicionário o significado da palavra: pequeno porto no norte da Holanda. O menino Helder fez a primeira comunhão aos 8 anos e aos 14 entrou no Seminário da Prainha de São José, onde fez os cursos preparatórios. Depois filosofia e teologia. Em 15 de setembro de 1931, aos 22 anos, foi ordenado padre. Para isso recebeu especial autorização da Santa Sé, em virtude de ainda não ter completado a idade mínima exigida para a ordenação, que era 24 anos.

Exerceu em Fortaleza suas atividades religiosas entre intelectuais e operários. Nunca foi vigário. Trabalhou ativamente da Liga Eleitoral Católica do Ceará e em 1934 ocupou o cargo de diretor do Departamento de Educação do Estado do Ceará. Em 1936 o padre Helder transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi nomeado assistente técnico do Secretário de Educação. Também foi nomeado pelo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Sebastião Leme, diretor do ensino religioso e da renovação catequética do arcebispado.

Em seguida tornou-se inspetor de ensino do Ministério da Educação. Em 1946 desligou-se do ministério porque o novo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Jaime de Barros Câmara (substituto de dom Sebastião) pretendia torná-lo seu bispo auxiliar. A sagração e nomeação só foram efetivadas em 1952. Como bispo auxiliar fundou o Banco da Providência e a Cruzada de São Sebastião, que prestava assistência social a favelados.

No Rio de Janeiro organizou o 36º Congresso Eucarístico Internacional e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da qual foi secretário geral, e o Conselho Episcopal Latino Americano (Celam), do qual foi o vice-presidente. As duas entidades foram instrumentos de apoio para a implantação de um modelo de Igreja que tinha como base a opção preferencial pelos pobres. Com a morte do arcebispo de Olinda e Recife, dom Carlos Coelho, foi mandado para Pernambuco.

Fonte: http://www.cefep.org.br/

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